sábado, 26 de novembro de 2011

A new perspective



Eu tinha 15 anos. Minha alma, porém, tinha muito mais peso. Era uma alma velha, cheia de buracos e cortes, mas ainda brilhava como nova e ainda guardava fragmentos de esperança - em mim mesma, no mundo, nas outras pessoas.
Colecionava histórias, lia clássicos, acreditava no "e foram felizes para sempre." Achava que já sabia de tudo que precisava saber. Acreditava no amor - e como acreditava. Sonhava em ser a personagem de um dos romances que eu tanto adorava. E realmente achava que comporia uma história mais bonita que a da Cinderela.
Mas eu não sabia que, na verdade, o mundo que eu idealizava não existia. Qual foi o meu espanto ao sair pela porta e me deparar com a realidade. Realidade. Onde os monstros vivem dentro de nós, geralmente adormecidos. Porém, às vezes eles despertam.
Eu tinha 15 anos quando meu mundo de fantasia desmoronou. Quando eu vi como as pessoas podem ser cruéis e como o amor nem sempre é algo bom. Descobri as cicatrizes, tentei curar os ferimentos. Sem sucesso. Acabei matando a criança que existia em mim.
Agarrei-me a ficção para fugir da realidade. Ela estanca a dor, encobre a agonia do mundo que encontramos ao abrirmos os olhos. E é por isto que eu escrevo: para criar um mundo melhor. Nem que ele não passe de imaginação.

domingo, 28 de agosto de 2011

There's a hole in my soul



Existem almas de todas as cores. Algumas vibrantes, outras opacas. Algumas que gostam de andar de mãos dadas, outras que trilham seu próprio caminho. Há as que cintilam mais que as estrelas, mas há também as que gostam de se esconder em lugares escuros. Algumas são puro jazz, leves e tranquilas. Outras gritam no ritmo do Rock N' Roll. Há as confusas, que não sabem direito para onde estão indo. Contudo, a maioria delas é movida pelos sonhos. Mas também há as que só conseguem lembrar dos pesadelos, as que desvanecem cada vez que aparece uma pedra no caminho. Há as que queimam, febris, querendo revolução e mudança. Algumas são sempre preto e branco, gostam de ficar longe do sol. Outros são o sol, formam cada fragmento dele.
Minha alma é como um camaleão: fica mudando de cor o tempo todo. Às vezes, ela é cor-de-rosa, cheia de vida e esperança. Mas tem os dias em que ela é tão escura quanto uma sombra, escondida entre os mares tortuosos do pessimismo e solidão.

domingo, 21 de agosto de 2011

Fly away from here




Às vezes, perco a vontade de sair de casa e encarar o mundo que me espera à soleira de minha porta. Estou cansada das mesmas conversas, de pessoas mesquinhas que só sabem falar umas sobre as outras e do vazio de cultura e de sentimento.

Queria poder sair livremente, parar em um Café e pedir um expresso grande enquanto mergulho nas páginas de um bom romance. Neste Café eu conheceria alguém que valesse a pena, que viria conversar, desinteressadamente, sobre o livro que eu estaria lendo. Iríamos à biblioteca, eu iria cheirar as páginas dos livros que me interessassem e ele não acharia esta uma mania estranha. Ele faria caras engraçadas entre as estantes vazias só para me fazer sorrir. Ele leria um trecho do seu livro favorito e eu sentiria o mesmo que ele sentiu quando o leu pela primeira vez.

Mas, imaginando tudo isto, antes de sair da soleira da porta, lembro que ninguém mais liga para nada disso. Lembro que as bibliotecas estão vazias, que o pó se acumula sem cessar sobre os exemplares e que o Café está deserto de almas como a minha. Volto para o meu quarto, abro um livro na primeira página, inicio outra leitura e crio outro mundo – um mundo só meu, onde as coisas façam sentido. E penso em como todas as pessoas que valem a pena conhecer estão em casa, com o coração partido, desencorajados e sem vontade de abrir a porta para o mundo real e olhar para toda a ignorância, o egoísmo e o desamor que estão espalhados em casa esquina. Percebo o quanto eu prefiro a ficção e começo a ler o capítulo um.

Memories can last forever




No fim, o que restam são apenas lembranças. Às vezes, você se flagra sorrindo lembrando-se daquele momento que você tanto esperou e aconteceu - talvez de um jeito bem melhor do que você tinha imaginado. Mas, às vezes, você se pode se perder nos próprios pensamentos, a mente longe, os olhos fixos, matutando como as coisas estão indo mal… Como você queria poder mudar, como você queria que fosse diferente. Mas isso também passa. Seja bom, seja mau, um dia terá um final. E você só poderá sorrir ou lamentar o que passou. Porém, saiba que o pior lamento é o da oportunidade perdida. O “E se…?” tem o poder de destruir uma vida de lembranças. Tenha certeza de que é melhor ruborizar ou até mesmo se arrepender do que passar a vida pensando sobre como seria se você tivesse tido coragem. Se você tivesse ousado. É preciso arriscar. Só assim as lembranças não te atormentarão, e sim te farão sorrir. Guarde-as com carinho, conserve-as no fundo de sua alma. Ignore o que te aflige, o que te retém. Isso também passa.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tomorrow



Futuro. Nunca uma palavra me deixou com tanto receio como essa. Nos últimos dias, tenho ouvido-a tanto. Decisões. “Prepare o seu futuro.” “Defina o que quer da vida.”
Quando eu era criança, o futuro não me assustava tanto. “O que você quer ser quando crescer?”, me perguntavam. Eu respondia qualquer coisa e todos sorriam e deixavam pra lá. Mas agora eu tenho que tomar uma decisão definitiva. Não é mais brincadeira.
Mas, meu Deus, como eu vou saber? Entre tantas possibilidades e tantos sonhos, tenho que definir minhas prioridades. E se eu não quiser abrir mão de nenhum? Se eu quiser pegar o trem sem destino certo, cantar na chuva e me mudar para uma cidade aconchegante sem grandes tumultos? É a idade para cometer erros.
Um dia, eu sei, não terei dúvidas. Eu simplesmente saberei quem sou e até onde quero chegar. E, o futuro será construído dia-a-dia, por mais tortuosos que sejam os caminhos. Não falarei em amanhã. Tudo será sobre o hoje.

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Olá! Adoro o tumblr e, a partir das tags, criei uma página apenas para os meus textos: http://dreamshinelikestars.tumblr.com/tagged/dreamshinelikestars
Obrigada a quem acompanha as minhas postagens aqui e peço que passem a acompanhar lá também, se lhes agradar. :)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

The book



A vida seria incrível se vivêssemos dentro das páginas do nosso livro favorito. Poderíamos estudar em Hogwarts, passar o verão no Acampamento Meio-Sangue e o tempo livre no maravilhoso mundo de Nárnia. Teríamos a garantia de um final feliz, após uma jornada emocionante que trouxesse sentido as nossas vidas. Poderíamos salvar o mundo – literalmente. Viveríamos em meio as criaturas mágicas, conheceríamos nossos heróis cara a cara, exploraríamos um universo completamente diferente do que vemos todo o dia. Ou poderíamos, quem sabe, escolher o mais lindo romance, onde a palavra “amor” tivesse muito mais significado.
Se nos fosse permitido, navegaríamos de livro para livro, conhecendo tudo que nos fosse possível. Fugiríamos da realidade. Por um momento, isso seria o bastante para nos fazer feliz. Uma nova vida, um novo lugar, novas pessoas, novas histórias.
Porém, por mais que fosse tentador passar o dia nos castelos de Hogwarts, interagindo com Harry, Rony e Hermione... Por mais desafiador que seria embarcar em uma jornada ao lado do Percy Jackson, podendo conhecer os grandes Deuses do Olimpo... Ou por maior que seja o sonho de que meu guarda-roupa me transportasse para um mundo incrível como Nárnia... Entre todas essas histórias, acho que eu prefiro viver a minha. Escrevendo cada linha pouco a pouco, inventando minhas próprias aventuras, descobrindo meu destino página a página. Porque eu sei que um dia tudo que eu vivo fará sentido e sei que nada que acontece comigo é por acaso... Quem sabe seja apenas o enredo da minha vida sendo escrito. Mas, nessa história, eu não sou apenas a personagem principal. Sou também a autora.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A dead heart



Vivemos em uma sociedade que te rotula pelo que você veste, por quantos quilos você pesa e quantos amigos você tem na escola. Ninguém mais se importa com o que você sente, com o que você diz ou com o que você se preocupa. É tanta escassez de amor que ninguém mais valoriza o brilho nos olhos e os sentimentos das outras pessoas.

sábado, 5 de março de 2011

Biggest third




Não sei como será daqui pra frente. Não sei como e nem onde estarão as pessoas que me acompanharam durante quase toda minha vida, dividindo as melhores e mais inesquecíveis histórias, me cedendo a mão e o coração. Nos perderemos um do outro nesse vasto mundo, cada um seguindo seus próprios sonhos, buscando realizar todos os anseios guardados durante tanto tempo. Um longo tempo de convivência, anos que a maioria costuma contar, medir. Mas, nós da grande família do terceirão, simplesmente sabemos: os risos, as histórias, as brincadeiras... Tudo isso é incontável. Eternizou-se. Cada momento único e especial, ficará guardado para sempre. Aquelas manhãs geladas, aqueles conteúdos difíceis que não se podia entender de jeito nenhum, os desabafos, até mesmo as reclamações e discussões (que, com o passar do tempo, percebemos o quanto eram insignificantes...), as danças e paródias, as conversas, aquelas noites de estudo para conseguir vencer o conteúdo, aquele cansaço que sempre acaba valendo a pena, as fotos, viagens e excursões... E, agora, vemos um novo mundo abrindo-se para nós. Um universo de oportunidades, de caminhos e de opções. É, eu realmente não sei como cada um de vocês estará daqui uns dez ou vinte anos. Mas de uma coisa eu tenho certeza: tudo que vivemos juntos, desde a infância, são histórias que eu jamais esquecerei e que lembrarei para sempre como as melhores da minha vida. Com o passar do tempo, olharei para aquelas fotos e sentirei tanta saudade que desejarei que os nossos caminhos se cruzem de novo. E eu sei que irão. Todas as verdadeiras amizades que construímos se consolidarão, independente do tempo ou da distância.
Temos todo um 2011 maravilhoso pela frente. Um ano para vivermos tudo que ainda não vivemos em todos os anos que já se foram. E, quando dezembro chegar, o diploma estiver em nossas mãos e a noite colocar fim a essa etapa da caminhada, sei que não será uma despedida. Será, no máximo, um "até logo".

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Once upon a time...




Toda a menina sonha com um conto de fadas. A pequena garotinha cresce esperando pelo dia em que, magicamente, um príncipe em um cavalo branco cruzará o seu caminho, afastando todos os seus temores e escrevendo um “e viveram felizes para sempre” na última página da história.
E, o que acontece quando a espera da garotinha é em vão? Esta menina acaba crescendo, acreditando cegamente em quem declara seu amor a ela. Porém, ela não tarda em perceber que o “eu te amo” em que ela depositou todas as suas esperanças e sonhos é, na realidade, uma ilusão. Então, essa garota percebe que príncipes não existem. E nem castelos, nem contos de fada e nem mesmo o “e viveram felizes para sempre”.
E é só quando ela para de acreditar em contos de fada e começa a escrever a própria história que tudo começa a fazer sentido. Às vezes, em seu dia-a-dia de garota normal, ela precisa beijar alguns sapos, lutar contra alguns vilões e vencer algumas bruxas. Pode ser que, com o seu esforço, consiga comprar um bom apartamento, em que ela se sentirá talvez mais feliz do que se fosse um castelo. E, pode ser que ela tropece em algum garoto, não perfeito como um príncipe, que seja sem qualquer defeito, mas perfeito na medida para ela.
E então, ela poderá terminar a história com a frase “e viveu feliz”, não para sempre, mas por hoje, no momento presente. E o amanhã só seria escrito no outro dia, pois o eterno é mais do que simplesmente durar para sempre. É uma chama inesquecível, inapagável, intensa e cintilante.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

You will be the death of me




Ninguém quer morrer. Você pode querer a morte da dor, da desilusão, da tristeza, da solidão, da incapacidade, da monotonia, do desamor. Mas você não quer morrer. Você pode querer a morte da falta de dinheiro, do desapego, da doença, da agonia, do desconforto. Mas você não quer morrer. Você pode querer a morte do frio espiritual, do vazio que não é preenchido, do aperto no coração, da ignorância. Mas você não quer morrer. Ninguém quer. Enquanto o coração bate, você quer que ele continue assim, mesmo em frangalhos.

"Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte." (Harry Potter e as Relíquias da Morte)