sábado, 26 de novembro de 2011

A new perspective



Eu tinha 15 anos. Minha alma, porém, tinha muito mais peso. Era uma alma velha, cheia de buracos e cortes, mas ainda brilhava como nova e ainda guardava fragmentos de esperança - em mim mesma, no mundo, nas outras pessoas.
Colecionava histórias, lia clássicos, acreditava no "e foram felizes para sempre." Achava que já sabia de tudo que precisava saber. Acreditava no amor - e como acreditava. Sonhava em ser a personagem de um dos romances que eu tanto adorava. E realmente achava que comporia uma história mais bonita que a da Cinderela.
Mas eu não sabia que, na verdade, o mundo que eu idealizava não existia. Qual foi o meu espanto ao sair pela porta e me deparar com a realidade. Realidade. Onde os monstros vivem dentro de nós, geralmente adormecidos. Porém, às vezes eles despertam.
Eu tinha 15 anos quando meu mundo de fantasia desmoronou. Quando eu vi como as pessoas podem ser cruéis e como o amor nem sempre é algo bom. Descobri as cicatrizes, tentei curar os ferimentos. Sem sucesso. Acabei matando a criança que existia em mim.
Agarrei-me a ficção para fugir da realidade. Ela estanca a dor, encobre a agonia do mundo que encontramos ao abrirmos os olhos. E é por isto que eu escrevo: para criar um mundo melhor. Nem que ele não passe de imaginação.