domingo, 28 de agosto de 2011

There's a hole in my soul



Existem almas de todas as cores. Algumas vibrantes, outras opacas. Algumas que gostam de andar de mãos dadas, outras que trilham seu próprio caminho. Há as que cintilam mais que as estrelas, mas há também as que gostam de se esconder em lugares escuros. Algumas são puro jazz, leves e tranquilas. Outras gritam no ritmo do Rock N' Roll. Há as confusas, que não sabem direito para onde estão indo. Contudo, a maioria delas é movida pelos sonhos. Mas também há as que só conseguem lembrar dos pesadelos, as que desvanecem cada vez que aparece uma pedra no caminho. Há as que queimam, febris, querendo revolução e mudança. Algumas são sempre preto e branco, gostam de ficar longe do sol. Outros são o sol, formam cada fragmento dele.
Minha alma é como um camaleão: fica mudando de cor o tempo todo. Às vezes, ela é cor-de-rosa, cheia de vida e esperança. Mas tem os dias em que ela é tão escura quanto uma sombra, escondida entre os mares tortuosos do pessimismo e solidão.

domingo, 21 de agosto de 2011

Fly away from here




Às vezes, perco a vontade de sair de casa e encarar o mundo que me espera à soleira de minha porta. Estou cansada das mesmas conversas, de pessoas mesquinhas que só sabem falar umas sobre as outras e do vazio de cultura e de sentimento.

Queria poder sair livremente, parar em um Café e pedir um expresso grande enquanto mergulho nas páginas de um bom romance. Neste Café eu conheceria alguém que valesse a pena, que viria conversar, desinteressadamente, sobre o livro que eu estaria lendo. Iríamos à biblioteca, eu iria cheirar as páginas dos livros que me interessassem e ele não acharia esta uma mania estranha. Ele faria caras engraçadas entre as estantes vazias só para me fazer sorrir. Ele leria um trecho do seu livro favorito e eu sentiria o mesmo que ele sentiu quando o leu pela primeira vez.

Mas, imaginando tudo isto, antes de sair da soleira da porta, lembro que ninguém mais liga para nada disso. Lembro que as bibliotecas estão vazias, que o pó se acumula sem cessar sobre os exemplares e que o Café está deserto de almas como a minha. Volto para o meu quarto, abro um livro na primeira página, inicio outra leitura e crio outro mundo – um mundo só meu, onde as coisas façam sentido. E penso em como todas as pessoas que valem a pena conhecer estão em casa, com o coração partido, desencorajados e sem vontade de abrir a porta para o mundo real e olhar para toda a ignorância, o egoísmo e o desamor que estão espalhados em casa esquina. Percebo o quanto eu prefiro a ficção e começo a ler o capítulo um.

Memories can last forever




No fim, o que restam são apenas lembranças. Às vezes, você se flagra sorrindo lembrando-se daquele momento que você tanto esperou e aconteceu - talvez de um jeito bem melhor do que você tinha imaginado. Mas, às vezes, você se pode se perder nos próprios pensamentos, a mente longe, os olhos fixos, matutando como as coisas estão indo mal… Como você queria poder mudar, como você queria que fosse diferente. Mas isso também passa. Seja bom, seja mau, um dia terá um final. E você só poderá sorrir ou lamentar o que passou. Porém, saiba que o pior lamento é o da oportunidade perdida. O “E se…?” tem o poder de destruir uma vida de lembranças. Tenha certeza de que é melhor ruborizar ou até mesmo se arrepender do que passar a vida pensando sobre como seria se você tivesse tido coragem. Se você tivesse ousado. É preciso arriscar. Só assim as lembranças não te atormentarão, e sim te farão sorrir. Guarde-as com carinho, conserve-as no fundo de sua alma. Ignore o que te aflige, o que te retém. Isso também passa.